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União Estável e Compensação Financeira: Segurança Econômica em Contratos

Descubra como a compensação pecuniária em contratos de união estável pode promover justiça e equilíbrio financeiro entre os parceiros. Neste artigo, explicamos o conceito, os benefícios e apresentamos cenários práticos onde essa cláusula pode ser aplicada. Saiba como proteger seus direitos e evitar conflitos futuros ao formalizar sua relação. Leia e entenda por que a personalização do contrato é essencial para sua segurança jurídica.

DIREITO DE FAMÍLIA

Luiz Felipe Santos - OAB/RS 99.501

11/26/20242 min read

União Estável e Compensação Financeira: Segurança Econômica em Contratos

A Importância de Contratos em Relações de União Estável

Quando casais optam por formalizar sua união estável, muitas vezes buscam proteger seus direitos e prever regras claras para eventuais separações. Um aspecto importante que vem ganhando espaço nesses contratos é a compensação pecuniária, que pode ser estipulada como uma forma de alimentos compensatórios, garantindo equilíbrio financeiro após o término da relação.

O Que É Compensação Pecuniária?

A compensação pecuniária é um valor financeiro previamente definido no contrato de união estável. Ela tem como objetivo minimizar o impacto econômico sobre um dos parceiros, caso o relacionamento chegue ao fim. Essa prática é especialmente útil em casos onde:

Um dos cônjuges interrompeu sua carreira para se dedicar à família;

Há diferenças econômicas significativas entre as partes;

Um parceiro fez contribuições não remuneradas para o sucesso profissional do outro.

Por Que Incluir Compensação Pecuniária no Contrato?

Prevenção de Conflitos: A cláusula ajuda a evitar disputas legais, uma vez que as condições financeiras já estão estabelecidas.

Equidade Econômica: Garante que ambos os parceiros sejam tratados de forma justa, considerando suas contribuições durante a relação.

Autonomia de Vontade das Partes: Permite que os casais decidam juntos as condições financeiras, respeitando sua realidade e objetivos.

Cenários Práticos de Aplicação

Cenário 1: Interrupção de Carreira

Maria e João vivem em união estável. Durante a relação, Maria deixou o emprego para cuidar dos filhos enquanto João continuou a progredir em sua carreira. O contrato de união estável estabelece que, em caso de separação, João pagará uma compensação equivalente a 24 meses do último salário de Maria. Isso permite que ela se reestabeleça financeiramente.

Cenário 2: Diferença Econômica

Ana é empresária, enquanto Pedro está começando sua vida profissional. Para evitar disparidades financeiras após a união, eles incluem uma cláusula no contrato que estipula uma compensação para Pedro caso o relacionamento termine, proporcional ao tempo de convivência.

Cenário 3: Contribuição Não Remunerada

Lucas investiu anos de sua vida apoiando os estudos de Fernanda, permitindo que ela alcançasse sucesso profissional. Em seu contrato, ambos acordam que, em caso de término, Lucas terá direito a uma compensação financeira pelos anos dedicados ao suporte de Fernanda.

Limites e Considerações Jurídicas

Apesar de sua flexibilidade, a compensação pecuniária deve respeitar alguns limites:

Proporcionalidade: O valor não pode ser abusivo ou desproporcional à condição econômica do parceiro responsável pelo pagamento.

Legitimidade: As cláusulas devem ser claras e formalizadas por escrito para garantir sua validade.

Contexto Legal: Não pode substituir obrigações legais como pensão alimentícia, caso existam filhos.

A legislação brasileira, incluindo o Código Civil, permite autonomia contratual, mas requer que os acordos respeitem princípios de boa-fé e justiça.

Conclusão

A inclusão de cláusulas de compensação pecuniária em contratos de união estável é uma prática que promove justiça econômica e segurança para ambos os parceiros. Além de prevenir litígios, ela assegura que as contribuições e os sacrifícios individuais durante a relação sejam reconhecidos de forma justa.